O mês de maio é o mês dedicado a nossa
devoção a Maria, a Mãe de Jesus e da Igreja. Celebramos em maio três festas
importantes, dedicadas a Maria: dia 13, Nossa Senhora de Fátima; dia 24, Nossa
Senhora Auxiliadora, e dia 31, a Visitação de Maria a sua prima Isabel. Desde o
início da evangelização do Brasil, Nossa Senhora teve uma grande presença na
formação e na vivência cristã do nosso povo. Pode-se dizer que a nossa cultura
tem raiz cristã e mariana. Basta observar quantas dioceses, paróquias, cidades,
vilas, bairros, serras, rios, colégios, empresas, pessoas trazem o nome da Mãe
do Céu, para perceber o quanto o nosso povo, venera e ama a Virgem Maria.
Conforme os dados históricos desde o
séc. V a Igreja do Oriente canta os seus louvores a Maria. As pessoas se reúnem
nas casas ou nas ruas para cantar os cantos marianos. As pessoas se reúnem ao redor das
estatuas de Maria para louvar a Deus. No paganismo antigo, no mês maio se
honrava a deusa da vegetação “Flora Máter”. Os primeiros cristãos diziam que
aquela que merece ser venerada por “todas as gerações” (Lc 1,48) é a Imaculada
Mãe do Filho de Deus!
Na Igreja do Ocidente o mês de maio
ganhou força com o rei da Espanha, Afonso X (+1284), o Sábio. O rei convidava
os seus amigos para louvar a Maria na sua residência. O rei convidava os seus
súditos para se reunirem de tardinha para louvores a Maria. O bem aventurado
dominicano Enrique Suzo (+1366) lembrando a sua infância dizia que no mês de
maio, junto com outras crianças tinha o costume de colher as flores e
oferecê-las a Nossa Senhora. As vezes eles faziam de flores as coroas e
coroavam a Nossa Senhora. Esta devoção individual e familiar vai crescer e se tornar mais oficial. Das ruas e casas vai para os templos.
Em 1549 foi publicado na Alemanha um
livro intitulado “O Maio espiritual” onde se fala pela primeira vez do Mês de
Maio! São Filipe Neri (+ 1595) juntava as crianças ao redor das imagens ou
estatuas de Maria, cantando e oferecendo flores a Maria. Convidava os
adolescentes a oferecer a Maria as boas obras e bons propósitos. Os noviços
dominicanos no séc. XVII, na Itália, no mês de maio se reuniam diante da imagem
de Maria cantando e fazendo bons propósitos. O verdadeiro criador do Mês de
Maio é o jesuíta italiano Pe. Ansolani (+1713). Foi ele que organizava, durante
o mês de maio, na capela real em Nápoles, os concertos marianos, que terminavam
coma benção do Santíssimo Sacramento. Em 1456, o papa Calisto III ordenou
que os sinos das igrejas tocassem três vezes ao dia - ao amanhecer, ao meio-dia
e às seis da tarde - exortando os cristãos a rezarem o Ângelus como forma de
pedir a intercessão à Virgem.
A parte central da celebração do Mês de
Maria é o canto da Ladainha chamada de Loretana. Ladainha, do grego
litaneuein e do latim litania, significa 'pedir
insistentemente'. Trata-se de um tipo de rogação responsorial, usada tanto em
funções litúrgicas quanto em devoções particulares. A
popularidade da Ladainha Loretana remonta ao século XVI e ao Santuário da
Anunciação em Loreto (próximo a Ancona, Itália), para onde, segundo uma
tradição piedosa, os anjos teriam milagrosamente transportado a casa em que
residiu Maria Santíssima. A Ladainha Loretana na sua maioria é composta por um
conjunto de invocações estritamente bíblicas. Sob vários pontificados,
entretanto, foram sendo acrescidas novas invocações, motivadas por dogmas
definidos pela Igreja, por situações particulares pelas quais passava o mundo e
mesmo por devoção especial dos papas. Assim, Leão XIII (+1903) acrescentou
“Rainha concebida sem pecado original”, em virtude do dogma da Imaculada
Conceição (promulgado em 1854). Pio X (+1914) acrescentou a invocação “Mãe do
bom conselho” e Bento XV (+1922) a invocação “Rainha da Paz”, em virtude da I
Guerra Mundial. Pio XII (+1958), após a proclamação solene do dogma da Assunção
de Nossa Senhora, acrescentou o título “Rainha assunta ao céu”. Após o Concílio
Vaticano II, Paulo VI (+1978) acrescentou a invocação “Mãe da Igreja”, enquanto
João Paulo II (+2005) a invocação “Rainha da família”.
O Papa Pio VII foi o primeiro Sucessor
de São Pedro a conferir ao mês de maio especiais indulgências, em 1815. Os
papas posteriores vão confirmar esta devoção mariana. Por exemplo, em 1897 o
Papa Leão XIII, estabeleceu, ao lado do mês de maio, também o mês de outubro
como um mês mariano. O papa dizia: “Depois de havermos dedicado a esta divina
Mãe o Mês de Maio com o dom das nossas flores, consagremos-lhe também, com
afeto de singular piedade, o Mês de Outubro, que é mês dos frutos (o Mês do
Rosário)”.
Às vezes, nós católicos, somos
criticados pelo culto que prestamos a Maria. Há quem diga que somos
“adoradores”, ou que “idolatramos” imagens. Sabemos que isto não é verdade e
temos plena consciência que somente a Deus prestamos adoração. A Maria dedicamos um culto, uma devoção, que se
dirige a Ela e não a uma imagem. Esta devoção está fundamentada no papel
singular que Ela desempenhou e desempenha na história da salvação ao ser
escolhida para ser a mãe do Filho de Deus, Jesus Cristo. Por isso tem a razão o
grande devoto de Maria, Santo Afonso Maria de Ligório quando diz: um devoto de
Maria não se perde!
O Pe. Zezinho nos deixa uma bonita lição
a respeito da devoção a Nossa Senhora, numa música intitulada “Senhora e Rainha”:
O povo te chama de Nossa Senhora
Por causa de Nosso Senhor
O povo te chama de Mãe e Rainha
Porquê Jesus Cristo é o Rei do céu
E por não ti ver como desejaria
Te vê com os olhos da fé
Por isso ele coroa a tua imagem Maria
Por seres a mãe de Jesus
Por seres a mãe de Jesus de Nazaré
Como é bonita uma religião
Que se lembra da mãe de Jesus
Mais bonito é saber quem tu és
Não és deusa, não és mais que Deus
Mas depois de Jesus, o Senhor
Neste mundo ninguém foi maior
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